Villas-Boas discute nova infraestrutura com Gaia e Maia

A construção de um centro de alto rendimento em Vila Nova de Gaia ou de uma academia na Maia tem sido debatida por André Villas-Boas com as respetivas autarquias, sublinhou hoje o recém-empossado 34.º presidente do FC Porto.

“Para já, tive conversas iniciais com cada presidente de câmara, que correram bastante bem. Há abertura de ambos para a construção dos projetos, que não têm muito a ver um com o outro, sobretudo no ponto de vista da unidade, da velocidade de construção e do custo de obra. Vai ser uma decisão maior e de grande responsabilidade. Gradualmente, vamos tomando conta dos dossiers todos para tomar a melhor decisão”, reconheceu aos jornalistas, logo após a cerimónia da tomada de posse, no Estádio do Dragão, no Porto.

O programa eleitoral de Villas-Boas visa a expansão do Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia, situado no Olival, uma vila do concelho de Vila Nova de Gaia, em contraste com a academia projetada na Maia por Pinto da Costa, que deixou hoje de ser presidente do clube ao fim de 15 mandatos e 42 anos, mas ainda está à frente da SAD.

“Na segunda-feira, houve uma reunião com o arquiteto Manuel Salgado para perceber o entendimento da academia da Maia e, na verdade, ainda é preciso orçamentá-la, ter um projeto financeiro para a mesma e, depois, escolher a melhor solução para o futuro. São dois projetos bem distintos. Um deles aporta uma execução mais rápida, veloz, eficaz e unitária. A outra obra dignifica bem o FC Porto e a sua formação, mas tem outro tipo de custos e de considerações a ter em conta. Há máxima atenção para cada um”, afirmou.

O reforço infraestrutural do FC Porto foi uma das principais medidas pugnadas em plena campanha eleitoral por André Villas-Boas e Pinto da Costa, que perdeu o sufrágio mais disputado da história ‘azul e branca’ face ao ex-treinador da equipa de futebol do clube.

“Passo a passo, vamo-nos apoderando da documentação toda para tomar as melhores decisões quanto à academia, ao contrato com a Ithaka e a Legends [para a exploração comercial do Dragão], à reavaliação do estádio e às renovações recentes. É informação sensível e estamos a construir as melhores opções do ponto de vista jurídico”, agregou.

A sessão da tomada de posse dos novos corpos gerentes do FC Porto para o quadriénio 2024-2028 contou com a presença de várias personalidades, entre as quais o presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), que frisou a importância da ocasião.

“É um dia que marca uma viragem, de um passado feito de muito sucesso. Há uma nova página que, para os associados do FC Porto, será de vontade de mudança. O FC Porto é uma das grandes marcas mundiais. Desejo as melhores felicidades ao novo elenco, com uma palavra de reconhecimento pelo que foi feito pelos anteriores órgãos sociais. Tenho uma relação, até como ex-árbitro, dessa altura em que o André Villas-Boas era treinador. Obviamente, teremos tempo para falar sobre os grandes objetivos do futebol profissional, no qual o FC Porto tem um papel preponderante”, vincou Pedro Proença, aos jornalistas.

O antigo treinador tornou-se o 34.º presidente da história do FC Porto em 27 de abril, ao totalizar 21.489 votos (80,28%) para se superiorizar nas eleições dos órgãos sociais dos ‘dragões’, quebrando uma sequência de 15 mandatos e 42 anos de Pinto da Costa, que acumulou 5.224 (19,52%), com o empresário e professor Nuno Lobo a somar 53 (0,2%).

O ato eleitoral mais concorrido de sempre do clube contou com a participação de 26.876 associados no Estádio do Dragão, tendo havido também 73 votos em branco e 37 nulos.

A inédita eleição de André Villas-Boas, de 46 anos, dita o fim do ‘reinado’ presidencial de Pinto da Costa, de 86 anos, que foi empossado pela primeira vez em 23 de abril de 1982, tornando-se, desde então, o dirigente com mais títulos e longevidade do futebol mundial.

Ao longo de 15.355 dias, e entre todos os escalões, o FC Porto arrebatou 2.591 títulos em 21 modalidades – 68 dos quais no futebol sénior masculino, incluindo sete internacionais.

Em face dos prazos impostos pelo Código das Sociedades Comerciais e pelo Código do Mercado dos Valores Mobiliários, apenas depois da tomada de posse dos novos órgãos sociais do clube é que poderá ser agendada a convocação de uma Assembleia Geral de acionistas, com 21 dias de antecedência mínima, para a investidura da nova composição da SAD, que tem sob sua alçada a administração do futebol profissional ‘azul e branco’.

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